A era do eu

A valorização do ser humano está cada vez mais associado a sua paixão excessiva por si mesmo. O mundo está cada vez mais narcisista, a diminuição expressiva do uso de “nós” e “nosso” e um aumento no uso de “eu” e “meu”. Enxergamos um mundo com medo da humilhação de ser alguém comum. A aceitação social, curtidas, ser notado, amado, a humanidade está carente de atenção.

E comum pararmos a cada 10 minutos durante o dia e deparar que estamos sempre reclamando ou nos preocupando com algo que não temos ou somos. A comparação com o jardim do vizinho é predominante, estamos sempre comparando a nossa vida, com os padrões de perfeição propagado pela mídia.

Vivemos uma era narcisista, o egoísmo de não aceitar a vulnerabilidade. Quando estamos vulneráveis, o amor nasce, assim como a alegria, aceitação e empatia. As redes sociais se tornaram um celeiro de narcisistas, pessoas frágeis e influenciadas pelo engajamento da sua imagem. Compartilhar momentos, sentimentos e experiências com pessoas que conquistaram o direito de conhecê-los é anulado pelos padrões da sociedade.

Vulnerabilidade social, exclusão de cidadãos, falta de representatividade… A vida não tem inimigos, a vida é ter dentro de si um sol que nunca se põe. A vida é ser ousado, comprometido e tentar de novo até dar certo. Não podemos abraçar a vulnerabilidade se a vergonha estiver sufocando a nossa valorização e conexão com a vida.

Compartilhe momentos, não atenção! Exponha felicidade, felicidade só é boa quando compartilhada. Atenção, só atrai likes, compartilhamento toxico e pessoas fúteis.

Paulo Nunes – Sal 🙂

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